sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

A guerra pela atenção e a volta da criatividade na publicidade


No universo da publicidade digital, onde todo mundo quer aparecer e chamar atenção, a disputa pelos olhos e pelos cliques das pessoas se tornou quase um reality show. Só que, nesse caso, não basta estar no palco. É preciso se destacar, emocionar e, acima de tudo, ser lembrado. O primeiro capítulo do relatório "Top Tendências 2025", da IAB Espanha, joga luz sobre como a publicidade está evoluindo para conquistar um espaço no meio desse caos. E, spoiler: a criatividade está voltando com força total.

Se você acha que chamar atenção é só uma questão de sorte, está na hora de rever isso. Hoje, a atenção virou um dos maiores ativos que uma marca pode conquistar. Só que, com milhões de anúncios pulando na nossa cara a cada rolar de feed, é mais difícil manter o público engajado. Segundo o relatório, não basta ter uma ideia genial; você precisa transformá-la em algo que conecte emocionalmente e faça sentido para quem está do outro lado da tela.

Ferramentas tecnológicas, como os algoritmos personalizados e o Media Mix Modeling (MMM), têm ajudado nessa missão. Esses recursos são tipo aqueles bastidores de um programa de TV, onde os produtores controlam cada detalhe para garantir que o show brilhe. Só que, no caso da publicidade, o brilho vem de outro lugar: da capacidade de entender o que realmente prende a atenção das pessoas. Não é só sobre vender, mas sobre criar uma experiência que fique na memória, como aquela cena final de novela que a gente nunca esquece.

O relatório da IAB também fala de algo muito interessante: a democratização das métricas de atenção. Antes, só as gigantes da publicidade tinham acesso a essas ferramentas. Agora, até empresas menores estão entrando no jogo, e isso muda tudo. É como se a audiência deixasse de ser exclusividade dos grandes canais e passasse a ser disputada por produções independentes, com histórias mais autênticas e próximas da realidade de quem consome.

Mas atenção não é só sobre quantos segundos alguém ficou olhando para o seu anúncio. A conversa agora é sobre qualidade, e não apenas quantidade. O que importa é como sua mensagem impactou quem assistiu. Gerou emoção? Teve relevância? Fez alguém parar e pensar? Ninguém quer mais ser bombardeado por anúncios genéricos. As pessoas querem histórias que conversem com suas vidas, com seus valores. Querem se sentir vistas, entendidas.

Pense nos anúncios que marcaram você nos últimos tempos. Não foi aquele com efeitos visuais incríveis ou com um slogan chiclete? Foi o que trouxe uma história que ressoou com o que você acredita, que te arrancou um sorriso ou até mesmo uma lágrima. É exatamente disso que o mercado está falando agora. A atenção que a publicidade busca não é superficial; é aquela que deixa marcas, que gera conversa no almoço e memes na internet.

Nesse contexto, a criatividade volta para o centro do palco, como aquela estrela que todo mundo achava que estava meio apagada, mas agora renasce mais forte do que nunca. Sem ela, nenhuma tecnologia vai dar conta do recado. Não adianta ter o melhor algoritmo do mundo se o seu anúncio não emocionar, não entreter, não dizer nada de novo. A criatividade é o que transforma um comercial em algo memorável, e o relatório da IAB reforça que as marcas precisam investir mais nisso. Afinal, em tempos de tanta saturação, só uma ideia original é capaz de fazer alguém parar de pular anúncios no YouTube.

O que o futuro da publicidade nos mostra é que estamos entrando numa era de reconexão. Marcas que não enxergam o consumidor como apenas um número, mas como uma pessoa com histórias, vontades e sentimentos, saem na frente. E isso vale para empresas de todos os tamanhos. A democratização das métricas de atenção permite que até as marcas menores possam competir com as gigantes, desde que saibam usar a criatividade como seu maior trunfo.

A grande lição que fica é que a publicidade do futuro não se baseia apenas em métricas frias, mas na capacidade de entender o que move as pessoas. É sobre criar histórias que façam sentido, que tragam relevância e emoção, e não apenas sobre estampar seu logo em todo canto. Em um mundo onde todo mundo está gritando por atenção, quem sabe contar uma boa história fala mais alto.

Então, a próxima vez que você vir um anúncio que realmente te tocar, lembre-se: não foi só sorte. Foi uma combinação de criatividade, estratégia e, claro, a boa e velha arte de entender o coração das pessoas. E esse, meus amigos, é o tipo de atenção que nunca sai de moda.