quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Galisteu e Fiat Fastback transformam nostalgia em espetáculo publicitário

 


A propaganda do Fiat Fastback Híbrido estrelada por Adriane Galisteu é uma aula de como transformar um simples comercial em um espetáculo. Logo no início, a apresentadora já entra com um tom provocador e descontraído, mandando um “tá surpreso? Não sei por quê. Eu sou a única que tem uma relação de amor verdadeira com a Fiat”. Essa frase não só quebra o gelo como também estabelece a ideia de que ela tem uma conexão especial com a marca. E quem assiste é convidado a embarcar nessa história com ela.

O texto do comercial aposta forte no storytelling, o que não é novidade para campanhas da Fiat. Eles unem a nostalgia do passado ao entusiasmo pelo novo. Galisteu conta que seu primeiro carro foi um Fiat Uno, um presente dado por um dos maiores pilotos do mundo. A memória pessoal é usada como gancho emocional, trazendo um senso de autenticidade e criando uma ponte direta com o público que também pode ter lembranças de seus primeiros carros. O legal aqui é como eles conseguem ligar esse passado ao presente, quando a apresentadora fala sobre sua “segunda primeira vez” ao experimentar o Fastback Híbrido. É quase uma jornada do herói adaptada ao universo automobilístico.

O humor e a leveza de Galisteu dão um tempero especial ao texto. Expressões como “gostosinho, gostosinho, gostosinho” e “apertou, acelerou, apaixonada” soam naturais e conversam com um público que quer se divertir enquanto consome informação. Não é um texto técnico e nem pretende ser. A ideia é fazer o consumidor se sentir à vontade, como se estivesse ouvindo a recomendação de uma amiga. O destaque ao fato de o carro ser híbrido e se carregar sozinho enquanto dirige também é apresentado de forma simplificada e direta, como se fosse algo mágico, descomplicando o conceito para quem ainda estranha essa tecnologia.

Mas é impossível não notar que o produto acaba dividindo os holofotes com Galisteu. A energia dela e a narrativa pessoal são tão marcantes que, para muitos, o comercial pode parecer mais sobre a apresentadora do que sobre o Fastback. Isso é um risco, especialmente para consumidores que procuram informações mais técnicas. Sabemos que o carro é econômico e gostoso de dirigir, mas o que mais ele oferece? Como ele se posiciona frente aos concorrentes? Esses detalhes ficam em segundo plano, talvez por uma escolha criativa que aposta no apelo emocional em vez do racional.

A escolha de Galisteu como estrela também tem uma dose de ironia sutil. A referência à série em que ela teve pouco espaço adiciona uma camada de metalinguagem ao comercial. Quando ela brinca sobre “tem muito mais história do que esse minuto e meio”, parece haver uma piscadela ao público, como quem diz que às vezes o tempo e o contexto não fazem justiça a uma boa narrativa. Para os fãs atentos, essa camada adicional pode ser um charme extra da campanha.

A Fiat, ao longo dos anos, tem mostrado habilidade em se conectar com os brasileiros de maneira criativa e emocional. Com o Fastback Híbrido, eles fazem isso mais uma vez, mas talvez entreguem mais coração do que informação. Para quem busca entender detalhes técnicos, como o desempenho do carro ou seus diferenciais frente à concorrência, o comercial deixa a desejar. Por outro lado, para quem quer se divertir, se emocionar e sentir que está dirigindo um carro que faz parte de uma história, a propaganda cumpre seu papel.

No final, a campanha é uma aposta no poder da identificação emocional. Adriane Galisteu entrega carisma, espontaneidade e uma narrativa que conquista. E, mesmo que o Fiat Fastback Híbrido não tenha sido o verdadeiro protagonista, ele com certeza ganhou espaço no imaginário do público. Talvez essa seja a verdadeira vitória do comercial: deixar o espectador com uma boa sensação, mesmo que ele lembre mais da Galisteu do que dos detalhes do carro. Afinal, na publicidade, emoção é o que vende.